domingo, 24 de maio de 2009

PORTFÓLIO: Ação, Reflexão e Identidade Artística

Nos dias 27 e 30/04, nossos encontros de H.T.P.Cs foram direcionados ao assunto Portfólio. Em meio a leituras, reflexões discussões, ficou claro que o Portfólio não é algo "pra inglês ver" e sim, mais um instrumento de resgate e reflexão sobre o trabalho realizado em sala de aula, com o objetivo de sinalizar erros e acertos, a fim de construírmos uma ponte entre o ensino e a aprendizagem.
Os textos utilizados para leitura e reflexão foram fruto de uma Orientação Técnica ministrada pelo PCOP Antonio Caffi, dias antes desse encontro, os quais foram fundamentais para aprofundarmos nossas discussões.
O vídeo que posto abaixo, foi utilizado no 2º dia do encontro para introduzir o tema "Identidade Artística", algo muito pessoal e que será a marca de cada professor na construção do seu Portfólio. Trata-se do poema de Oswaldo Montenegro chamado "Metade":

Após o poema, propus aos professores que expressassem, através de ilustrações e/ou outras possibilidades, o significado do trabalho com o portfólio para cada um deles, construindo assim sua "Identidade Artítica".Fiquei muito contente e surpresa com o resultado da atividade proposta, cada professor expôs sua ilustração e/ou poema, desenvolvidos em apenas alguns minutos, como combinado.
Quero agradecer ao grupo por sua dedicação e comprometimento com as atividades propostas em nossos encontros, bem como com os alunos e os projetos que estamos desenvolvendo. Vocês são nota 10!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Visita do Ronald McDonald ao Ricardina

O personagem do McDonald’s, Ronald McDonald, esteve, no dia 24 de abril de 2009, visitando a nossa escola. O evento faz parte do projeto comunitário desenvolvido pela empresa Allegro Produções Artísticas em parceria com o McDonald´s, chamado “Visita do Ronald”. Desde julho de 1986, a Allegro faz esse tipo de trabalho, com o personagem levando momentos de descontração há escolas e alas pediátricas de hospitais de todo o Brasil e de mais oito países. A visita durou cerca de 45 minutos e animou professores, alunos e funcionários. Segundo a assessoria da empresa responsável pelo evento, os shows visam ampliar a experiência das crianças, oferecendo diversão, brincadeiras e aproveitando esse momento lúdico para passar conceitos educativos, como respeito ao meio ambiente, dicas de saúde e valorização da amizade.


domingo, 10 de maio de 2009

Saiba como gravar as videoconferências e vídeos da internet

Algo muito constante no nosso trabalho tem sido as orientações através de videoconferências, além dos vários vídeos que podemos encontrar on-line e que são muito interessantes para nossas pesquisas e trabalhos em HTPC. Pensando nisso, achei que seria interessante dividir com os colegas PCs, o "passo-a-passo" de como baixar e armazenar esses arquivos (vídeos). Basta seguir os seguintes passos:

a) Acesse o site http://www.baixaki.com.br/

b) Digite no campo busca ou search, o programa "RealPlayer 11.0"

c) Siga as instruções do site e em seguida vá até o arquivo em que você gravou o programa RealPlayer 11.0 e instale-o em seu computador.

d) Volte ao site do http://www.baixaki.com.br/ e proceda da mesma forma para o programa Quick Time, de preferência o mais atual.

e) Após tudo instalado acesse o vídeo que quer gravar. Observe que após algum tempo passando a vídeo, no canto superior direito da telinha, aparecerá a palavra "download" numa caixa azul, se não aparecer passe o mouse em cima do vídeo. Clique com o botão direito do mouse no vídeo e mande fazer o download. Abrirá uma “caixa” mostrando o download, onde serão gravados os vídeos selecionados no programa RealPlayer em seu computador.

f) Para visualizar o vídeo depois de gravado, você deve abrir o programa RealPlayer 11.0, clicar em “minha biblioteca” e depois em "downloads and records". Pronto, agora é só assistir os vídeos.
-------------------Baixando vídeos do You Tube-----------------------
Estando no You Tube, escolha o vídeo e espere fazer toda a transferência.
Terminada a transferência passe o mouse em cima do vídeo e perceba que irá aparecer em azul, no canto direito, uma janelinha do Real Player escrito: fazer download do vídeo. Veja a figura abaixo:

Clique em fazer download do vídeo, então aparecerá uma janela do Real Player iniciando o download, como na figura abaixo:


Feito isso, é só aguardar o download completo do vídeo. Concluído o download, basta clicar em visualizar minha biblioteca no canto esquerdo e abaixo ainda na janela do Real Player. Veja na imagem abaixo:


Logo após, o Real Player abrirá uma nova janela mostrando o vídeo que foi baixado no seu computador. A partir daí é só selecionar o vídeo e assisti-lo.

Observação: Os vídeos capturados pelo Real Player só podem ser visualizados no computador. Para conseguir visualizá-lo utilizando um DVD, é necessário fazer sua conversão para um outro formato.

Estas orientações servem também para os vídeos assistidos por streaming, como por exemplo, os da SE.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Endereços dos blogs de Carapicuíba e Cotia

Segue abaixo os endereços dos blogs das escolas de Ciclo I, para que possamos trocar informações no sentido de construirmos saberes sobre a nossa docência. Incentive, acesse, escreva e conheça o blog das nossas escolas de Carapicuíba e Cotia.

http://www.eenidelse.blogspot.com/ EE NIDELSE
http://www.flora-stella.blogspot.com/ EE FLORA STELA
http://www.andreisakharov-clis.blogspot.com/ EE ANDREI SAKAROV
http://www.eemarise.blogspot.com/ EE MARISE
http://www.eefransiscoribeirorosa.blogspot.com/ EE FRANCISCO R. ROSA
http://www.meccasampaio.blogspot.com/ EE ADALBERTO MECCA SAMPAIO
http://www.pcsalbertokenworthy.blogspot.com/ EE ALBERTO KENWORTHY
http://www.eecastelinho.blogspot.com/ EE APARECIDA DE FÁTIMA
http://www.escolaricardopecchio.blogspot.com/ EE RICARDO A. PECHIO
http://www.ceciliasardinha.blogspot.com/ EE CECÍLIA DA PALMA SARDINHA
http://www.escolaporexcelencia.blogspot.com/ EE MARIA ALICE
http://www.ernestocaetano.blogspot.com/ EE TEN ERNESTO CAETANO
http://www.pauloferrarezi.blogspot.com/ EE PAULO IDEVAR FERRAREZI
http://www.jmaguiar.blogspot.com/ EE JOSUÉ DE MATOS AGUIAR
http://www.dagosalles.blogspot.com/ EE DAGOBERTO SALLES
http://www.sandralaine.blogspot.com/ PCP SANDRA LAINE
http://www.oliveiraribeironeto.blogspot.com/ EE OLIVEIRA R. NETO
http://www.meccasampaiociclioi.blogspot.com/ EE ADALBERTO MECCA SAMPAIO CICLO I
http://www.eerhalepian.blogspot.com/ EE REGINA HALEPIAN
http://www.cicloinoronha.blogspot.com/ EE MARIA M NORONHA
http://www.eezildadomingos.blogspot.com/ EE ZILDA DOMINGOS DE OLIVEIRA
http://www.esmeraldabecker.blogspot.com/ EE ESMERALDA BECKER
http://www.eefabianadequeiroz.blogspot.com/ EE FABIANA DE QUEIROZ
http://www.eemariaandrelina.blogspot.com/ EE MARIA ANDRELINA
http://www.joaogarciadeharocicloi.blogspot.com/ EE JOÃO GARCIA DE HARO CICLO I
http://eericardinacfrodrigues.blogspot.com/ EE RICARDINA C. F. RODRIGUES

Critérios para avaliação da aprendizagem

Elaborei este documento, com base nas orientações que recebemos nos encontros de capacitação, por sentir necessidade de discutir e esclarecer ao grupo de professores, com os quais trabalho, critérios de avaliação que nortêem e dêem parâmetros para o trabalho do grupo.
Estamos em final de bimestre, as voltas com avaliações, Conselho de Classe/Série e torna-se muito presente nos comentários entre os professores as dúvidas em relação há critérios e parâmetros de avaliação.
Pensando nisto, elaborei alguns momentos de H.T.P.C. para discutirmos e refletirmos sobre estas questões.
Propus a leitura e reflexão do texto "A necessidade e os bons usos da avaliação", de Telma Weisz, já postado neste blog e, em seguida a análise e discussão do documento sobre os "critérios de avaliação" que poderá ser acessado pelo link: http://clau.cr.sites.uol.com.br/criteriosparaavaliacao.htm .
Espero contribuir com o grupo para avançar nas discussões sobre esse assunto tão complexo e importante dentro do processo de ensino e aprendizagem em nossas escolas.

domingo, 26 de abril de 2009

Vídeo sobre a sondagem de Língua Portuguesa

Ler não é decifrar, escrever não é copiar


Emilia Ferreiro, psicóloga e pesquisadora argentina, radicada no México, fez seu doutorado na Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean Piaget.
Na Universidade de Buenos Aires, a partir de 1974, como docente, iniciou seus trabalhos experimentais, que deram origem aos pressupostos teóricos sobre a Psicogênese do Sistema de Escrita, campo não estudado por seu mestre, que veio a tornar-se um marco na transformação do conceito de aprendizagem da escrita, pela criança. Autora de várias obras, muitas traduzidas e publicadas em português, já esteve algumas vezes no país, participando de congressos e seminários.Falar de alfabetização, sem abordar pelo menos alguns aspectos da obra de Emilia Ferreiro, é praticamente impossível. Ela não criou um método de alfabetização, como ouvimos muitas escolas erroneamente apregoarem, e sim, procurou observar como se realiza a construção da linguagem escrita na criança.Os resultados de suas pesquisas permitem, isso sim, que conhecendo a maneira com que a criança concebe o processo de escrita, as teorias pedagógicas e metodológicas, nos apontem caminhos, a fim os erros mais freqüentes daqueles que alfabetizam possam ser evitados, desmistificando certos mitos vigentes em nossas escolas.
Aqueles que são, ou foram alfabetizadores, com certeza, já se depararam com certos professores que logo ao primeiro mês de aula estão dizendo, a respeito de alguns alunos: não tem prontidão para aprender, tem problemas familiares, é muito fraca da cabeça, não fez uma boa pré-escola, não tem maturidade para aprender e tantos outros comentários assemelhados. Outras vezes, culpam-se os próprios educadores, os métodos ou o material didático. Com seus estudos, Ferreiro desloca a questão para outro campo: " Qual a natureza da relação entre o real e sua representação? " As respostas encontradas a esse questionamento levam, pode-se dizer, a uma revolução conceitual da alfabetização. A escrita da criança não resulta de simples cópia de um modelo externo, mas é um processo de construção pessoal. Emilia Ferreiro percebe que de fato, as crianças reinventam a escrita, no sentido de que inicialmente precisam compreender seu processo de construção e suas normas de produção.
" Ler não é decifrar, escrever não é copiar"

Muito antes de iniciar o processo formal de aprendizagem da leitura/escrita, as crianças constroem hipóteses sobre este objeto de conhecimento. Segundo Emília Ferreiro e Ana Teberowsky (pedagoga de Barcelona), pesquisadoras reconhecidas internacionalmente por seus trabalhos sobre alfabetização, a grande maioria das crianças, na faixa dos seis anos, faz corretamente a distinção entre texto e desenho, sabendo que o que se pode ler é aquilo que contém letras, embora algumas ainda persistam na hipótese de que tanto se pode ler as letras quanto os desenhos. É bastante significativo que estas crianças pertençam às classes sociais mais pobres que por isso acabam tendo um menor contato com material escrito.
O processo de construção da escrita

Na fase 1, início dessa construção, as tentativas das crianças dão-se no sentido da reprodução dos traços básicos da escrita com que elas se deparam no cotidiano. O que vale é a intenção, pois, embora o traçado seja semelhante, cada um "lê" em seus rabiscos aquilo que quis escrever. Desta maneira, cada um só pode interpretar a sua própria escrita, e não a dos outros. Nesta fase, a criança elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é proporcional ao tamanho do objeto ou ser a que está se referindo.
Na fase 2, a hipótese central é de que para ler coisas diferentes é preciso usar formas diferentes. A criança procura combinar de várias maneiras as poucas formas de letras que é capaz de reproduzir. Nesta fase, ao tentar escrever, a criança respeita duas exigências básicas: a quantidade de letras (nunca inferior a três) e a variedade entre elas, (não podem ser repetidas).
Na fase 3, são feitas tentativas de dar um valor sonoro a cada uma das letras que compõem a palavra. Surge a chamada hipótese silábica, isto é, cada grafia traçada corresponde a uma sílaba pronunciada, podendo ser usadas letras ou outro tipo de grafia. Há, neste momento, um conflito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima de letras exigida para que a escrita possa ser lida. A criança, neste nível, trabalhando com a hipótese silábica, precisa usar duas formas gráficas para escrever palavras com duas sílabas, o que vai de encontro às suas idéias iniciais de que são necessários, pelo menos três caracteres. Este conflito a faz caminhar para outra fase.
Na fase 4 ocorre, então a transição da hipótese silábica para a alfabética. O conflito que se estabeleceu - entre uma exigência interna da própria criança ( o número mínimo de grafias ) e a realidade das formas que o meio lhe oferece, faz com que ela procure soluções. Ela, então, começa a perceber que escrever é representar progressivamente as partes sonoras das palavras, ainda que não o faça corretamente.
Na fase 5, finalmente, é atingido o estágio da escrita alfabética, pela compreensão de que a cada um dos caracteres da escrita corresponde valores menores que a sílaba, e que uma palavra, se tiver duas sílabas, exigindo, portanto, dois movimentos para ser pronunciada, necessitará mais do que duas letras para ser escrita e a existência de uma regra produtiva que lhes permite, a partir desses elementos simples, formar a representação de inúmeras sílabas, mesmo aquelas sobre as quais não se tenham exercitado. A criança tem a sua frente uma estrada longa, até chegar à leitura e a escrita da maneira que nós, adultos, a concebemos, percebendo que a cada som corresponde uma determinada forma; que há grupos de letras separada por espaços em branco, grupos estes que correspondem a cada uma da palavras escritas.

A Hipótese da Criança e as Cartilhas

Segundo as pesquisas a que vimos nos referindo, para que alguma coisa sirva para ler é preciso que contenha um certo número de letras, variável entre dois e quatro. Letra sozinha não representa nada escrito. De nada servem, também, conjuntos com letras repetidas, pois elas entendem que só podem ser lidas palavras que contenham letras diferentes. Uma explicação para tal, seria que no em seu dia a dia, observam que o comum é encontrar palavras formadas por uma variedade de letras.
Bem, chegamos agora às Cartilhas

Como ficam os alfabetizadores em relação a esse problema, se a grande maioria das Cartilhas apresentam às crianças logo de início, palavras como: bebe, baba, boi, aí, ai, eu, oi, vovô?
Em que medida as Cartilhas contribuem para a aquisição do processo de escrita compreendido de acordo com os resultados das pesquisas efetuadas por Ferreiro e outros autores desta linha, principalmente para crianças oriundas das classes mais desfavorecidas, que acabam tendo um menor contado com a produção escrita em seu meio social?
A meu ver as cartilhas mostraram-se e mostram que não são eficientes para a tarefa de ensinar a ler e a escrever a crianças pré-silábicas. Pesquisem, e verifiquem que toda cartilha parte do pressuposto de que a criança já compreende o nosso sistema de escrita. Ou seja, que ela já entende que aquilo que as letras representam é a pauta sonora dos nomes dos objetos , e não o próprio objeto a que se referem. E, os estudos atuais já demonstraram suficientemente que as dificuldades mais importantes do processo de alfabetização situam-se ao nível de compreensão da estrutura do sistema alfabético, enquanto a representação da linguagem.
Elas acabam sendo usadas quando as ações educativas, tiverem subjacentes, mesmo que de forma não muito clara, a concepção de que a escrita é um mero código de transcrição da fala.Desse modo, é bastante lógico, que o processo de alfabetização desenvolvido, também se restrinja à aquisição de uma técnica, a qual para seu desenvolvimento dará atenção principalmente:
· aos aspectos gráficos da escrita
· ao desenvolvimento de habilidades que visem garantir a correção da transcrição
· à qualidade do grafismo: controle do traço, distribuição espacial, orientação dos caracteres
· desenvolvimento de tarefas de "prontidão": preenchimento de tracinhos, preenchimento do traçado de letras, cópia do traçado de letra, exercícios de discriminação auditiva e visual.
Neste caso, essa concepção nos leva a uma metodologia voltada para a aquisição da escrita, sem levar em consideração aquilo que a criança já sabe sobre esse objeto, sobre o domínio que tem da língua, utilizando-a com eficiência em situações de comunicação. Portanto a utilização direta das cartilhas nesse contexto estaria de acordo com as concepções que estão dando suporte às ações pedagógicas.

As cartilhas nunca podem ou devem ser usadas?

Se essa utilização estiver sendo realizada com crianças que já tenham construído a base alfabética do sistema de escrita, não vemos nenhum problema maior para elas, pois, o que irão encontrar não estará em desacordo com suas hipóteses sobre a escrita.
Ao invés da clássica pergunta: como se deve ensinar a escrever, Emilia Ferreiro perguntou como alguém aprende a ler e escrever independente do ensino.
As teorias desenvolvidas por Emilia Ferreiro e seus colaboradores deixam de fundamentar-se em concepções mecanicistas sobre o processo de alfabetização, para seguir os pressupostos construtivistas/interacionistas de Vygotsky e Piaget. Do ato de ensinar, o processo desloca-se para o ato de aprender por meio da construção de um conhecimento que é realizado pelo educando, que passa a ser visto como um agente e não como um ser passivo que recebe e absorve o que lhe é "ensinado". Na perspectiva dos trabalhos desenvolvidos por Ferreira, os conceitos de prontidão, imaturidade, habilidades motoras e perceptuais, deixam de ter sentido isoladamente como costumam ser trabalhados pelos professores. Estimular aspectos motores, cognitivos e afetivos, são importantes, mas, vinculados ao contexto da realidade sócio-cultural dos alunos. Para Ferreira, "hoje a perspectiva construtivista considera a interação de todos eles, numa visão política, integral, para explicar a aprendizagem".O problema que tanto atormenta os professores que é o dos diferentes níveis em que normalmente os alunos se encontram e vão se desenvolvendo durante o processo de alfabetização, assume importante papel, já que a interação entre eles é fator de suma importância para o desenvolvimento do processo.Os níveis estruturais da linguagem escrita podem explicam as diferenças individuais e os diferentes ritmos dos alunos. Segundo Emilia Ferreiro são:
1) Nível Pré-Silábico- não se busca correspondência com o som; as hipóteses das crianças são estabelecidas em torno do tipo e da quantidade de grafismo. A criança tenta nesse nível:
diferenciar entre desenho e escrita
utilizar no mínimo duas ou três letras para poder escrever palavras
reproduzir os traços da escrita, de acordo com seu contato com as formas gráficas (imprensa ou cursiva), escolhendo a que lhe é mais familiar para usar nas suas hipóteses de escrita
percebe que é preciso variar os caracteres para obter palavras diferentes
2) Nível Silábico- pode ser dividido entre Silábico e Silábico Alfabético: Silábico- a criança compreende que as diferenças na representação escrita está relacionada com o "som" das palavras, o que a leva a sentir a necessidade de usar uma forma de grafia para cada som. Utiliza os símbolos gráficos de forma aleatória, usando apenas consoantes, ora apenas vogais, ora letras inventadas e repetindo-as de acordo com o número de sílabas das palavras. Silábico- Alfabético- convivem as formas de fazer corresponder os sons às formas silábica e alfabética e a criança pode escolher as letras ou de forma ortográfica ou fonética.
3)Nível Alfabético- a criança agora entende que:
a sílaba não pode ser considerada uma unidade e que pode ser separada em unidades menores
a identificação do som não é garantia da identificação da letra, o que pode gerar as famosas dificuldades ortográficas a escrita supõe a necessidade da análise fonética das palavras
Smolka1 diz que podemos entender o processo de aquisição da escrita pelas crianças sob diferentes pontos de vista: o ponto de vista mais comum onde a escrita é imutável e deve se seguir o modelo "correto" do adulto; o ponto de vista do trabalho de Emília Ferreiro onde escrita é um objeto de conhecimento, levando em conta as tentativas individuais infantis; e o ponto de vista da interação, o aspecto social da escrita, onde a alfabetização é um processo discursivo. Cabe a nós pedagogos pensar nesses três pontos de vista e construir o nosso. Coloca a autora ainda que para a alfabetização ter sentido, ser um processo interativo, a escola tem que trabalhar com o contexto da criança, com histórias e com intervenções das próprias crianças que podem aglutinar, contrair, "engolir" palavras, desde que essas palavras ou histórias façam algum sentido para elas. Os "erros" das crianças podem ser trabalhados, ao contrário do que a maioria das escolas pensam, esses "erros" demonstram uma construção, e com o tempo vão diminuindo, pois as crianças começam a se preocupar com outras coisas (como ortografia) que não se preocupavam antes, pois estavam apenas descobrindo a escrita.
"Analisar que representações sobre a escrita que o estudante tem é importante para o professor saber como agir", afirma Telma Weisz, consultora do Ministério da Educação e autora de tese de doutorado orientada por Emília Ferreiro. .Não é porque o aluno participa de forma direta da construção do seu conhecimento que o professor não precisa ensiná-lo", ressalta. Ou seja, cabe ao professor organizar atividades que favoreçam a reflexão da criança sobre a escrita, porque é pensando que ela aprende."Apesar de ter proporcionado aos educadores uma nova maneira de analisar a aprendizagem da língua escrita, o trabalho da pesquisadora argentina não dá indicações de como produzir ensino", avisa a educadora Telma. Definitivamente, não existe o "método Emília Ferreiro", com passos predeterminados, como muitos ainda possam pensar. Os professores têm à disposição uma metodologia de ensino da língua escrita coerente com as mudanças apontadas pela psicolinguista, produzida por educadores de vários países."Essa metodologia é estruturada em torno de princípios que organizam a prática do professor", explica Telma. O fato de a criança aprender a ler e escrever lendo e escrevendo, mesmo sem saber fazer isso, é um desses princípios. Nas escolas verdadeiramente construtivistas, os alunos se alfabetizam participando de práticas sociais de leitura e de escrita. A referência de texto para eles não é mais uma cartilha, com frases sem sentido.

"... A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa" (Emília Ferreiro)

Cremos oportuno lembrar que o construtivismo não é um método de ensino. Construtivismo se refere ao processo de aprendizagem, que coloca o sujeito da aprendizagem como alguém que conhece e que o conhecimento é algo que se constrói pela ação deste sujeito. Nesse processo de aprendizagem o ambiente também exerce seu papel, pois, o sujeito que conhece faz parte de um determinado ambiente cultural.

Vera Lúcia Camara F. Zacharias

Fontes:
SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. A criança na fase inicial da escrita: a Alfabetização como processo discursivo/7. ed. - São Paulo: Cortez, 1996.
Revista Nova Escola Janeiro/Fevereiro de 2001
Fonte do artigo: http://www.centrorefeducacional.com.br/emiliealfa.htm Publicado em 20/07/2004